Projeto do OP valoriza a cultura indígena Guarani

Feb 21, 2024 at 8:44 PM

Aldeia Mbya Guarani Pindó Mirim, de Itapuã, recebe materiais e inicia obra de Centro de Artesanato para venda de produtos da cultura indígena

O artesanato indígena, que é parte da cultura desvalorizada há muitos anos, é o alicerce da aldeia – Aldeia Mbya Guarani Pindó Mirim, em Itapuã – Viamão. É lá que será erguido, com recursos do Orçamento Participativo (OP) do SindBancários, um novo Centro de Artesanato e Convivência. Nesta segunda-feira (19) foram entregues os materiais para dar início às obras, que devem ser finalizadas em cerca de 8 semanas.

O projeto do Centro de Artesanato foi apresentado no OP de 2023 pelo bancário Artur Ferreira Almeida, que faz parte da ONG Moradia e Cidadania, criada nos anos 2000, pelos empregados da Caixa. “Esse projeto ao mesmo tempo resgata essa tradição do artesanato e resolve a questão da hospedagem das pessoas que vêm até a aldeia para fazer trabalhos de cura”, explicou o bancário.

Para ele, a obra vai além do significado econômico para a aldeia. “Vai reforçar o processo de demarcação da terra, que até hoje não foi demarcada, com o fortalecimento da presença dos indígenas no local”, pontuou.

Até hoje, a exposição e venda das produções indígenas eram feitas na escola da comunidade, que conta com 30 famílias. “A gente batalhava muito para conseguir esse espaço, que a gente estava precisando realmente. Hoje, graças a essas pessoas que conseguiram ter esse olhar diferente para o nosso povo, conseguimos tirar (a obra) do papel”, afirmou o cacique Vadecir Xunu, liderança política da Aldeia Mbya Guarani Pindó Mirim.

De acordo com a arquiteta Bruna Tabajara Brilmann, da Sabiá Construções Sustentáveis, o projeto foi desenvolvido junto com a própria comunidade. “Uma coisa bastante importante pra gente era valorizar as técnicas tradicionais guaranis, que muitas vezes nem são mais vistas nas aldeias por falta de recursos ou do próprio material natural, que não é encontrado neste território”, afirmou.

A arquiteta apresentou a planta da obra para a comunidade ao lado do parceiro de trabalho, o engenheiro civil Kleber Colombo. A dupla já tem experiência em outras construções sustentáveis, como uma “casa de partos” em uma aldeia Kaigang. “Nós vamos usar madeira roliça, que foi colhida, secada e tratada naturalmente em um acampamento do MST. As paredes vão ser feitas de pau a pique, que é a técnica tradicional guarani de construção com terra, com uma estrutura de madeira e bambu da própria aldeia por dentro”, explicou.

 

Imprensa SindBancários

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