Projeto da UFMG que transforma urina em fertilizante para plantas vai receber aporte de R$ 1 milhão

Feb 20, 2024 at 2:56 PM

Investimento vindo de emenda parlamentar vai beneficiar também outros projetos sustentáveis desenvolvidos na universidade

Urina coletada em banheiros químicos durante três carnavais de Belo Horizonte foi transformada em fertilizante por projeto desenvolvido na UFMG | Crédito: Léo Lara/Divulgação PBH

Urina coletada em banheiros químicos durante três carnavais de Belo Horizonte foi transformada em fertilizante por projeto desenvolvido na UFMG | Crédito: Léo Lara/Divulgação PBH

Uma tecnologia desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que captura o fósforo da urina e o transforma em fertilizante para plantas vai receber um aporte de R$ 1 milhão. Esse processo de captura ocorreu em três edições do Carnaval de Belo Horizonte, utilizando a urina dos foliões.

A tecnologia sustentável, chamada de P4Tree, é desenvolvida no Centro de Escalonamento de Tecnologias e Modelagem de Negócios (Escalab) do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICex), da UFMG.

O aporte de R$ 1 milhão foi anunciado nesta segunda-feira (19) pela deputada federal Duda Salabert (PDT), em visita ao local, e vai beneficiar também outros projetos em andamento no Escalab. O recurso é oriundo de emenda parlamentar proposta pela deputada.

Os projetos desenvolvidos pelo Escalab usam uma metodologia própria de escalonamento de tecnologias para produzir e oferecer soluções inovadoras para os problemas gerados pelos processos industriais, em especial os rejeitos das indústrias.

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Criado em 2019, o Centro já atendeu demandas de mais de 35 indústrias e conduziu vários programas de inovação aberta com universidades brasileiras.

No caso do P4Tree, o que ocorre é o aproveitamento do fósforo, substância mineral presente também na urina (humana ou animal), e um dos principais compostos – ao lado do potássio e do nitrogênio – para a adubação do solo.

Quando ele é descartado na natureza em forma de dejeto, em grande volume e sem tratamento, pode contribuir para a proliferação de microrganismos e causar a chamada eutrofização da água, que tem como resultado aquela nata verde e malcheirosa vista em rios e lagoas.

Mas, se aproveitado, o fósforo presente na urina pode ser usado como fertilizante.

“Quando deparamos com projetos como esses, especialmente nesta época de crise climática, percebemos o quanto a universidade, assim como a política, é uma engrenagem fundamental para a transformação social e a soberania de um país”, disse Salabert.

No Carnaval de 2020, por exemplo, o primeiro a utilizar o P4Tree em Belo Horizonte, 50 cabines de banheiro químico participaram do projeto, segundo a prefeitura, gerando adubo que foi aproveitado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.

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