Associação faz campanha no Recife para sensibilizar pais a registrarem filhos nesta sexta (9)
Aug 8, 2024 at 12:00 PM
Paternidade: Um Direito Fundamental Negligenciado
A Associação Pernambucana de Mães Solteiras (Apemas) está liderando uma campanha crucial para sensibilizar os homens a registrarem seus filhos, mesmo que tardiamente. Essa iniciativa visa abordar uma realidade alarmante no Brasil, onde milhões de crianças crescem sem o nome do pai em suas certidões de nascimento.Unindo Esforços para Garantir a Paternidade de Todos
Panfletagem Pela Paternidade
A Apemas realizará, nesta sexta-feira (9), uma panfletagem da campanha "Paternidade Direito de Todos & Todas". O objetivo é conscientizar os homens sobre a importância de registrarem seus filhos, mesmo que tardiamente. A ação acontecerá das 7h30 às 10h, no cruzamento da Av. Norte com o Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife, e contará com a participação do Grupo Cultural Cupim de Ferro, que animará o público com a Ciranda Santa'nna.Segundo a fundadora e presidente da Associação, Marli Marcia da Silva, essa panfletagem é fundamental para sensibilizar os pais que, infelizmente, não têm a oportunidade de comemorar o Dia dos Pais com seus filhos presentes. "Eles precisam entender que essas crianças sentem falta deles. Que eles precisam mudar esse quadro de crianças sem o nome do pai na certidão", explica Marli.Uma Realidade Alarmante
De acordo com dados da escritora e pesquisadora Dra. Ana Liesi Thurler, existem mais de 20 milhões de pessoas no país sem o nome do pai nas certidões de nascimento. Apenas em 2023, 172,2 mil recém-nascidos no Brasil não tiveram registro paterno, um aumento de 5% em relação a 2022, quando foram registrados 162,8 mil casos.Essa ausência paterna pode afetar diversos aspectos da vida de uma criança, desde o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo, até as lembranças e momentos que nunca puderam ser vividos. Uma das pessoas afetadas por essa realidade é Welington Augusto Parins, um porteiro de 53 anos que nunca foi registrado. Graças ao trabalho da Apemas, ele agora tem a oportunidade de conhecer seu pai, que reside no Rio de Janeiro e está disposto a se encontrar com o filho.Registrando a Paternidade: Um Direito Inalienável
Welington relata que, apesar de ter sido criado pela mãe e pelo padrasto, conseguiu estabelecer um relacionamento melhor com seu pai biológico a partir dos 12 ou 13 anos de idade. Agora, com o apoio da Apemas, ele terá a chance de ser finalmente registrado.Para Welington, ações como essa campanha da associação são fundamentais para que mais pessoas possam ser contempladas e amparadas. "Se eu estou sendo registrado, mais pessoas podem ser registradas também. Essa campanha é importante por isso", afirma.A presidente da Apemas, Marli Marcia da Silva, também aconselha as mulheres a acionarem a Justiça caso o homem não queira registrar o filho. "As crianças não podem pagar um preço tão alto pelo machismo. Paternidade não prescreve. É um direito que perdura", finaliza Marli.